práticas e rituais para iniciar novos ciclos
#21 -- e deixar a vida mais autêntica e gostosa (pt. II).
Surprise!
Sim, nós já tínhamos concluído o nosso ano de 2024 aqui na de volta pra casa, mas andei conversando com algumas amigas sobre o impacto que esse período de encerramento e (re)começo de ciclos têm sobre a gente e resolvi trazer meus 2 centavos sobre o assunto.
Falamos sobre o quanto o período de final de ano pode ser ótimo e mágico para algumas pessoas, e extremamente triste e depressivo para outras. Há quem celebre com a família e amigos, e há quem lamente a passagem daqueles que já atravessaram o arco-íris de outros planos. Há quem aproveite as festas, o champagne, a fartura de comidas e os presentes, e há quem esteja exausta e precise apenas descansar em posição fetal.
São muitas camadas e, por consequência, muita energia pairando sobre nossas cabeças. E é por isso que, assim como em outros momentos que considero de rupturas determinantes (como aniversários, por exemplo), crio rituais que me ajudam a atravessar essas fases da melhor maneira possível — independentemente do quão feliz ou triste ela possa ser para mim naquela ocasião.
Esta news é complementar ao texto “criando nossas próprias tradições” e, juntos, podem ser considerados um grande manual de sobrevivência às festas de fim de ano.
Listei, então, 10 práticas (físicas, espirituais, emocionais) que faço sempre nos finais de ano com o principal objetivo de me reconectar comigo mesma, reacendendo partes de mim que, de maneira inevitável, vão se apagando pelos mais diversos motivos ao longo desse ciclo de 365 dias — lutos, dores, paixões, mudanças, dúvidas.
Leitura do livro “Os Quatro Compromissos”1, de Don Miguel Ruiz.
Assim que vejo dezembro se aproximar, coloco esse livro na minha lista de prioridades, porque sua energia e, principalmente, os compromissos propostos (que têm base na filosofia Tolteca) me fazem lembrar os comportamentos que verdadeiramente desejo cultivar em mim. É a minha leitura obrigatória e sempre me traz novos insights ou novas lições, que são consequência de uma visão mais atenta e aprofundada a cada vez que nos deparamos com o mesmo assunto, mas já não somos mais a mesma pessoa de antes.
Destralhar a casa e tirar todos os objetos quebrados ou rachados.
Essa não é uma prática que precisa ser feita apenas no final do ano, mas nesse período ela é obrigatória por aqui. Desde que me deparei com alguns ensinamentos do Feng Shui — técnica milenar chinesa que visa organizar e harmonizar os espaços para atrair energias benéficas da natureza — aprendi que todos os objetos de uma casa devem ter uma função e que seu estado de conservação são um simbolismo de integridade.
Pode ser, inclusive, que aprender a praticar o desapego livrando-se de objetos quebrados que já cumpriram o seu ciclo ajude a desapegar em outras áreas e situações da vida. Assim, aproveito este período para revisar a casa, retirar o que já não faz mais sentido, eliminar objetos quebrados e reorganizar os espaços.
Limpeza e organização dos armários.
Em plano sequência ao destralhamento da casa vem a limpeza e organização dos armários. Aproveito a oportunidade para revisar roupas e sapatos que estão em bom estado e podem ser doados, além de retirar tudo aquilo que não será mais aproveitado.
Limpeza energética da casa.
Além da higiene literal, neste período gosto de fazer outros rituais de limpeza energética de forma mais atenta e intencional, tais como: queima de palo santo; aromatização natural com frutas e especiarias2; e uso de velas aromáticas específicas para purificação e prosperidade (como sal rosa e canela).
Aproveito a ocasião para redecorar a casa, trocar móveis de lugar, mexer em mantas, cortinas e almofadas, na disposição dos livros, das plantas e de tudo que for possível modificar, dando a cara de “casa nova”.
Cuidar das plantas.
Essa também não é uma ação exclusiva de final de ano, mas entra no embalo da redecoração da casa. Aproveito, ainda, para fazer podas, complementar substratos, fertilizar os solos e até criar novos plantios para acompanhar seu crescimento juntamente com o ano que chega. Esse item aqui faz parte do famoso não é terapia, mas é terapêutico.
Limpeza energética… de mim.
Assim como o ambiente precisa de renovação, nós também precisamos, e é por isso que pratico alguns rituais para renovação da minha própria energia, sendo os principais: banhos de ervas de acordo com as fases da Lua3; sequência de rezo dos chakras4 durante alguns dias ou semanas; e sequência de aulas de yoga específicas para abertura de quadril5.
Mudanças no visual.
Essa prática é mais simples e mais comum à maioria das pessoas, que aproveitam o período de festas para botar o glow up pra jogo. E não tem segredo: pode ser experimentar uma roupa de estilo diferente, um penteado ou mudança no cabelo, nail art nas unhas, make ou a ausência dela… Qualquer coisa que faça a gente se sentir um pouquinho melhor consigo mesma para começar uma nova fase.
Revisão dos marcos felizes do ano.
Essa é uma boa ocasião para rememorar os bons momentos do ano — principalmente se foi um ano desafiador em que os momentos ruins fizeram morada. Eu tenho um bloco de notas no meu celular chamado “para lembrar de agradecer” e tenho o hábito de anotar ali sempre que alguma coisa legal acontece — desde uma simples comida que amei experimentar à realização de um sonho. Nada é grande ou pequeno demais para a minha lista. E ela me ajuda a lembrar que a vida pode ser boa.
Escrita obstinada.
Nessa época do ano, acabo escrevendo muito mais do que o habitual e faço diversas “sessões de descarrego” — momentos em que escrevo qualquer coisa que vier à mente, sem me preocupar com lógica, estrutura ou coerência. São momentos sem nenhuma pretensão mais arrojada, em que desejo apenas limpar a mente e reorganizar os pensamentos.
Mas não raramente coisas boas surgem ali, como novas ideias, clareza de sentimentos, elaboração de situações passadas, e muito mais. Existe uma certa magia no papel com caneta que, definitivamente, não deve ser negligenciada!
Revisão dos desejos não realizados.
Aproveitando o ensejo da escrita obstinada, essa é uma boa hora para revisar as coisas que queria realizar mas acabei não realizando. Penso (e escrevo, claro) o porquê, reflito se o desejo ainda persiste, traço um novo plano para um novo ano.
A ideia aqui não é ficar triste ou se culpar pelo que não foi possível fazer, mas compreender o motivo por trás da não realização e buscar soluções possíveis para o novo ciclo que se apresenta.
Extra: reconexão e memória afetiva.
Neste ano, incluí mais duas práticas com o objetivo de reforçar a minha conexão comigo e com meus reais desejos: assistir a um filme e ouvir um álbum que me lembrem de quem eu sou.
Os escolhidos da vez foram o filme “Last Christmas”6, que é lindoooooo em tantos sentidos que mal consigo explicar, e o álbum “In Between Dreams”, do cantor Jack Johnson, que há tempos não ouvia mas sempre me leva a um lugar de paz, sossego e verdade que me toca profundamente.
Desejo que suas últimas semanas do ano sejam mágicas e cheias de rituais especiais! Não se engane; ritualizar a vida é uma forma de celebrar a nossa presença e existência neste planeta (e a Mãe Natureza fica feliz pela conexão!).
Agora é oficial, nos vemos em 2025. ❤️🔮
Um beijo,
Ferva 2 litros de água com açúcar, rodelas de laranja com casca, gotas de essência de baunilha, cravo, canela, anis estrelado e algumas gotinhas de limão. Esse é meu vapor mágico preferido!
Gosto muito dos ensinamentos da Amanda Celli, e uso o livro “A Magia Dos Banhos De Ervas” como fonte de pesquisa sobre o tema.
Segundo o Yoga, o quadril é base de sustentação do corpo e pode ser um depósito para emoções não processadas. A rigidez nos quadris pode, portanto, ser uma resposta do corpo para proteger-se de sentir dor emocional, e as posturas focadas na abertura dos quadris através do Yoga libera tensões e emoções retidas por nós inconscientemente.





